domingo, 2 de novembro de 2014

Artigo Jornalístico sobre Ebola - Raquel Calvário

Ebola: um vírus infeccioso ou doença do medo?

Alertas no mundo causam pânico e falta de informação aumenta o preconceito


(Guiné, África - Imagens cedidas pelo Médico Sem Fronteiras)


Já são tantas especulações, que qualquer doença, até mesmo uma gripe (no Brasil) pode se tornar um Ebola. Tanto se fala de tal doença, como se tivesse surgido, ou criado, quem sabe uma revolução de filmes de ficção cientifica. Os números registrados e divulgados pela OMS (Organização Mundial da Saúde) são de 730 pessoas mortas e 1.323 contaminadas na África pelo Ebola, contestado com os números dos centros do MSF (Médicos SemFronteiras) que receberam mais de 4.900 pacientes, dos quais cerca de 3.200 foram confirmados com a doença. Entre essas pessoas, aproximadamente 1.100 sobreviveram.
Mesmo com os países criando uma bolha de leis e argumentos mais severos na entrada em suas fronteiras, estes garantem ser improvável uma possível contaminação mundial. Mas o que tem aumentado além de um “conhecimento pobre” sobre a doença é o preconceito, quem tem mais melanina e sotaque africano, sofre diariamente exposições vexatórias em aeroportos e hospitais (particulares ou públicos), até mesmo em redes sociais.
Recentemente um caso na Bahia só ressaltou a visão errônea divulgada pela mídia sobre o Ebola, que espalha sobre a doença, mas não sua forma de contágio e como ela pode ser facilmente confundida com malária ou infecções em geral.
Na verdade há cinco espécies de Ebola de acordo com nota lançada pelo site Médicos sem Fronteiras, são elas: Bundibugyo, Costa do Marfim, Reston, Sudão e Zaire, nomes dados a partir de seus locais de origem. Quatro dessas cinco causam a doença em humanos. O vírus Reston pode infectar humanos, mas nenhuma enfermidade ou morte foi relatada.
Acredite se quiser, mas cerca de 20 brasileiros de uma construtora na Guiné (um dos países mais afetados) estão proibidos de ir a festinhas, velórios, e nada de carnes mal passadas, além do ritual de lavar as mãos várias vezes ao dia, nem se quer o jeitinho brasileiro pode ter sua vez, ou seja, nada de abraços com os dois beijos, apenas um aceno de leve.
Os casos incertos dão sinais de alertas mundiais, cada país emite notas de “suspeita” que carregam reportagens de “certeza”, por consequência um pânico geral. Pergunto-me por que tanta falta de ética jornalista? Qual é a verdade sobre as doenças e os primeiros casos? Como a Organização Mundial de Saúde deixou a doença tomar proporções tão grandes? Onde estão os especialistas com suas estatuetas de Nobel todos reunidos procurando viáveis soluções?
A verdade é: há sim um perigo e eminente, porém é preciso moderação nas palavras e nos atos, é preciso respeito com as vítimas e aqueles que estão trabalhando. O pior contágio não é o do sangue, mas sim o das mentes infectadas pela ignorância e falta de educação. 

Raquel Calvário estudante do 8° período de jornalismo da Universidade Castelo Branco.

Um comentário:

  1. Bom artigo e bem escrito, mas cuidado com a pontuação, logo na primeira frase. Revisão sempre.

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