Ebola: um vírus infeccioso ou doença do medo?
Alertas no mundo causam pânico e falta de informação aumenta o preconceito
(Guiné, África - Imagens cedidas pelo Médico Sem Fronteiras)
Já são tantas especulações, que
qualquer doença, até mesmo uma gripe (no Brasil) pode se tornar um Ebola. Tanto
se fala de tal doença, como se tivesse surgido, ou criado, quem sabe uma revolução
de filmes de ficção cientifica. Os números registrados e divulgados pela OMS
(Organização Mundial da Saúde) são de 730 pessoas mortas e 1.323 contaminadas
na África pelo Ebola, contestado com os números dos centros do MSF (Médicos SemFronteiras) que receberam mais de 4.900 pacientes, dos quais cerca de 3.200
foram confirmados com a doença. Entre essas pessoas, aproximadamente 1.100
sobreviveram.
Mesmo com os países criando uma
bolha de leis e argumentos mais severos na entrada em suas fronteiras, estes
garantem ser improvável uma possível contaminação mundial. Mas o que tem
aumentado além de um “conhecimento pobre” sobre a doença é o preconceito, quem tem mais melanina e sotaque africano, sofre diariamente exposições
vexatórias em aeroportos e hospitais (particulares ou públicos), até mesmo em
redes sociais.
Recentemente um caso na Bahia só
ressaltou a visão errônea divulgada pela mídia sobre o Ebola, que espalha sobre
a doença, mas não sua forma de contágio e como ela pode ser facilmente
confundida com malária ou infecções em geral.
Na verdade há cinco espécies de Ebola
de acordo com nota lançada pelo site Médicos sem Fronteiras, são elas: Bundibugyo,
Costa do Marfim, Reston, Sudão e Zaire, nomes dados a partir de seus locais de
origem. Quatro dessas cinco causam a doença em humanos. O vírus Reston pode
infectar humanos, mas nenhuma enfermidade ou morte foi relatada.
Acredite se quiser, mas cerca de
20 brasileiros de uma construtora na Guiné (um dos países mais afetados) estão
proibidos de ir a festinhas, velórios, e nada de carnes mal passadas, além do ritual
de lavar as mãos várias vezes ao dia, nem se quer o jeitinho brasileiro pode ter
sua vez, ou seja, nada de abraços com os dois beijos, apenas um aceno de leve.
Os casos incertos dão sinais de
alertas mundiais, cada país emite notas de “suspeita” que carregam reportagens
de “certeza”, por consequência um pânico geral. Pergunto-me por que tanta falta
de ética jornalista? Qual é a verdade sobre as doenças e os primeiros casos?
Como a Organização Mundial de Saúde deixou a doença tomar proporções tão
grandes? Onde estão os especialistas com suas estatuetas de Nobel todos reunidos
procurando viáveis soluções?
A verdade é: há sim um perigo e eminente, porém é preciso moderação nas palavras e nos atos, é preciso
respeito com as vítimas e aqueles que estão trabalhando. O pior contágio não é
o do sangue, mas sim o das mentes infectadas pela ignorância e falta de educação.
Raquel Calvário estudante do 8° período de jornalismo da Universidade Castelo Branco.
Bom artigo e bem escrito, mas cuidado com a pontuação, logo na primeira frase. Revisão sempre.
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